Etanol hidratado ganha competitividade ante a gasolina, com preços mais retraídos.
Os últimos dias tem sido marcados pela acentuada queda nos preços do etanol hidratado, que tem causado apreensão por parte dos agentes e receios de maiores reduções das cotações, consequência das incertezas no que tange à política de preços da Petrobras e o projeto de lei que tem como objetivo reduzir o imposto estadual sobre combustíveis e energia no Brasil, com um teto de 17% para o ICMS.
Além destes fatores, destaca-se que a safra de cana-de-açúcar 2022/23 no Centro-Sul avança e consequentemente, aumenta a disponibilidade de produto no mercado. Na semana anterior tivemos a divulgação dos dados da UNICA, referente à primeira quinzena do mês de maio, registrando queda nas vendas de etanol, o que aponta para uma demanda mais retraída.
Diante deste cenário de queda nos preços do etanol hidratado, a paridade na bomba entre etanol hidratado versus gasolina, vem tornando o hidratado mais competitivo. De acordo com os últimos dados da ANP, Goiás (66,88%) e Mato Grosso (67,98%) registram paridade inferior a 70%, São Paulo e Minas Gerais, estados com maior participação do Ciclo Otto, seguem com a paridade em 70,74% e 71,27%, respectivamente.
A expectativa é de que nas próximas semanas essa paridade melhore para o hidratado e com a diferença absoluta superior a R$ 2,00 pode ser positivo e atraente para os consumidores, porém atentos aos fatores externos, principalmente em relação aos preços do petróleo, que possui fundamentos construtivos neste médio prazo e podem influenciar nas cotações do etanol.
Análises realizadas pela área de Inteligência de Mercado da Canex.